Uma agência fechada

Dessa vez foi numa terça, pela tarde, sob o sol forte. Isadora precisava de dinheiro para sair e tinha pouco mais de 1 real em moedas de 5 e 10 centavos na carteira; precisava ir sacar dinheiro. Assim, ela saiu de casa com o cartão e a senha decorada (que inocência).

O banco parecia estar muito distante enquanto caminhava no sol, sentia os fios de cabelo grudarem na nuca e os lábios secos. Por que que eu não peguei uma garrafa de água? Enquanto caminhava sentia o cartão escorregar do bolso do short. Carregar na mão ou ir segurando no bolso? Se eu colocar no bolso vai cair, mas se eu carregar na mão... e se eu for assaltada?

Isadora, então, parou para esperar o sinal fechar e atravessar a rua. Espiou de canto de olho duas moças rindo numa mesa ao lado de um restaurante.

Pouco tempo depois de derreter no sol enquanto esperava o semáforo fechar, chegou na frente das portas de vidro da agência. E, bem, fez o que se faz para abrir uma porta dessas: empurrar. Pois bem. Qual é a minha senha mesmo? Ai, merda, esqueci. 

Franzindo as sobrancelhas e tentando lembrar, Isadora foi até o semáforo novamente. Quando avistou as moças novamente, a garota olhou pra mão com o cartão. E viu a tinta de caneta no pulso. Ah, claro, eu anotei de caneta para não esquecer.

E, mais uma vez, com a senha e o cartão em mãos, Isadora tornou a empurrar a porta. Por que não quer abrir? Fala sério, está fechado? Mas é horário de funcionamento!!! E tem um senhorzinho lá dentro.

Num momento de nervosismo e mais alguma coisa que não soube entender o que era, a garota saiu apressada e de cabeça baixa da frente do banco. Parecia que sentia pessoas rindo dela na rua. Isso era muito estranho, o banco deveria estar aberto, e como que o senhor tinha entrado, então?

Ela já estava decidida a voltar pra casa. Estava suando, com calor e sem dinheiro. Atravessou a rua pela terceira vez, sentiu um olhar estranho vindo das moças e parecia que o cara que estava perto de um carro estava a observando. Apressada pegou o caminho pra casa.

E, num momento eureka (só que mais irritado):

- DROGA!

Dando meia volta, Isadora apertou com força o cartão na mão. Fez todo o trajeto de volta até as portas de vidro do banco e viu quando um homem apertou o botão que abre a porta antes de empurrar. Mas é claro. As portas de um banco não se abrem só empurrando, segurança, né. haha' *riso nervoso*

Saiu de lá com dinheiro e um tantinho de desapontamento, passando pelas moças no restaurante. Pelo menos agora tinha o dinheiro.
Tem uma frase que, por mais que não seja esse a aplicação exata, encaixa-se muito bem nesse pequeno relato :"O essencial é invisível aos olhos" e arrisco dizer que botões de porta de banco também são. E, não, eu não faço a mínima ideia de como 1 esqueci que tinha anotado a senha e 2 esqueci como se passa por uma porta.

Leia aqui outra crônica/relato dos bugs do meu cérebro.

Comentários

  1. Minha cara essas situações... Adorei o relato - e o final feliz, com dinheiro na mão, haha!

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    1. Haha' Temos que abrir o clube dos "cabeça de vento" então!
      Obrigada <3

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  2. EU RI MUITO KKKKKJKKKK GENIAL
    e me identifiquei demais, porque da primeira vez que fui numa agência da Caixa, não sabia sobre o botão, aí forcei a porta várias vezes até uma mulher que tava entrando falar "moça, tem que apertar o botão aí ó". problemas de meninas distraídas.

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    1. Haha' não sei se me comovo ou se fico feliz por você ter se identificado. Distração é um perigo haha'

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  3. mulher, parece uma historia de terror que criei uma vez na escola. era um grupo de amigos meus entrando numa casa antiga. daí algo acontecia que tínhamos que correr para a saída.
    daí minha amiga gritava "estamos presoss!!!!!!!1" e eu "...layane, vc está tentando abrir a porta para o lado errado..." ahahahhahah

    essa aflição de ir ao banco, ou de sentir que as pessoas estão observando a gente, tive tanto isso... mas lutei demais para essa ansiedade acabar. continuo ansiosa, mas com outras coisas agora.

    muito divertido teu momento, ainda bem que lembrou como tudo funcionava e pegou seu dinheiro! kkkkk

    beijos

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    1. Uau. Bom enredo pra um terror, mesmo haha' muita minha cara fazer isso que sua amiga fez na história.
      Eu ainda tô aprendendo a lidar com essas sensações, parece que tem alguém observando tudo... Mas vamos seguindo.
      Haha' Fico feliz que tenha se divertido <3

      Até

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  4. acho que o pior pra mim é aqueles bancos que tem que passar o cartao pra poder entrar no caixa eletronico sabe? que inferno, eu sempre ignoro aquilo e fico empurrando a porta pra abrir. fora que eu nunca uso cartao por causa da biometria, então como eu devo entrar no banco usando biometria se pra passar da porta tem que usar cartao? foda.

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    1. Sei haha' ainda não enfrentei nenhuma porta com cartão, mas posso imaginar.
      Complicado mesmo, a lógica dos bancos me buga as vezes.

      Até!

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