Há um reflexo suspeito no rio. Uma flor branca desabrocha nas águas rasas e os peixes estão agitados. Uma bela dama admira o reflexo da Lua e suspira por estar longe do seu amado, enquanto tenta chamá-lo. São esforços em vão. É curiosa, quer saber como é o tal do amor que tanto falam, e, por isso, em meio a seus devaneios, encantou-se pela Lua. Entorpecida por um amor platônico, a moça observa, encantada e iludida por contos que lhe prometiam um amor sem fim. Eis que, louca de paixão, a dama jogou-se no rio. Sem pensar, mergulhou de cabeça na escuridão. Os peixes nadaram para longe, assutados. Assim como a Lua que,confusa, retirou sua imagem das águas. Só. Pobre moça, perdida no seu amor, esqueceu-se de pensar em si mesma. Ficou sem fôlego e se afogou naquelas águas. E não há flores que preencham o buraco em seu coração, muito menos afagos de peixes que confortem a dores de sua alma. - Inspirado na lenda brasileira da Vitória-Régia